A primeira delas, tirada do ensaio La muralla y los libros, da obra Otras inquisiciones, expressa bem a noção do entremeio estético que anima as nossas reflexões neste Blog:
“La música, los estados de felicidad, la mitología, las caras trabajadas por el tiempo, ciertos crepúsculos y ciertos lugares, quieren decirnos algo, o algo dijeron que no hubiéramos debido perder, o están por decir algo; esta inminencia de una revelación, que no se produce, es, quizá, el hecho estético”. (Jorge Luis Borges, La muralla y los libros, Otras inquisiciones).
"A música, os estados de felicidade, a mitologia, os rostos trabalhados pelo tempo, certos crepúsculos e certos lugares querem nos dizer algo, ou algo disseram que não poderíamos ter perdido, ou estão por nos dizer algo; esta iminência de uma revelação, que não se produz, é, talvez, o fato estético". (Tradução de Sérgio Rebouças).
A segunda passagem, agora a respeito da memória estética, pertence a outro ensaio de Otras inquisiciones, chamado Sobre los clásicos:
“Las emociones que la literatura suscita son quizá eternas, pero los medios deben constantemente variar, siquiera de un modo levísimo, para no perder su virtud. Se gastan a medida que los reconoce el lector. De ahí el peligro de afirmar que existen obras clásicas y que lo serán para siempre.
[...]
Clásico no es un libro (lo repito) que necesariamente posee tales o cuales méritos; es un libro que las generaciones de los hombres, urgidas por diversas razones, leen con previo fervor y con una misteriosa lealtad”. (Jorge Luis Borges, Sobre los clásicos, Otras inquisiciones).
"As emoções que a literatura suscita são talvez eternas, mas os meios devem constantemente variar, ao menos de um modo levíssimo, para não perderem sua virtude. Eles se gastam à medida que os reconhece o leitor. Daí o perigo de afirmar que existem obras clássicas e que o serão para sempre.
[...]
Clássico não é um livro (repito) que necessariamente possui tais ou quais méritos; é um livro que as gerações dos homens, impelidas por diversas razões, leem com prévio fervor e com uma misteriosa lealdade." (Tradução de Sérgio Rebouças).
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