A mais surpreendente experiência que tive em minhas recentes visitas ao jazz contemporâneo foi a descoberta do álbum Filtros (2008), de Los Guachos, grupo do pianista argentino Guillermo Klein, que estudou em Boston e depois formou uma big band de 17 peças em New York, incursionando também pela Espanha.
Klein oferece uma música inventiva e de recursos muito originais, uma raridade no jazz de hoje, sem se desprender de uma extraordinária riqueza expressiva, mesclando ritmos latinos, síncopes e arranjos harmônicos notáveis, em uma condução jazzística eficiente, na qual cada instrumento, inclusive a voz, está no seu exato lugar, entrosando-se magicamente ante o meu assombro e deleite. Leitores deste entremeio, falo da melhor música que se faz na contemporaneidade; se bem assimilada, futuramente poderá ser precursora das tendências vindouras, como um dia foi a música de Coltrane, por exemplo - claro que, ante a interveniência de múltiplas variáveis nesse campo, não são recomendáveis maiores prenúncios, como tudo em arte; fica, porém, o meu registro.
Do álbum Filtros - que vou presentear ao meu amigo Glauco Sobreira - destaco Va Roman, Miula, Memes, Volante e Snake, se é que posso escolher algo nesta maravilha musical.
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