quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Australian Open 2012

Leitores do Entremear podem ter estranhado a ausência de menção à final do Australian Open 2012, primeiro Grand Slam de Tênis da temporada. Somente agora, no entanto, é que posso ver as coisas com alguma distância, sem mais os nervos aflorados do último domingo. Assisti a cada minuto daquele jogo de quase seis horas, a mais longa final de Grand Slam da história. Torci ferrenhamente pelo Rafael Nadal e, houvesse comentado antes a partida, não teria feito justiça a Novak Djokovic.
O jogo foi de um nível impressionante, como tem sempre acontecido entre os dois tenistas na história recente. O embate se deu entre a resistência de Nadal e a eficiência técnica de Djokovic. Impressiona, de um lado, a capacidade de concentração e de sobrevivência de Nadal, mesmo jogando em um nível menor por quase todo o jogo. De outro lado, a regularidade de golpes vencedores - de forehand e, com igual eficiência, de backhand - do Djokovic. O físico dos dois está mais ou menos equivalente, ao contrário do que sucedia antes - em que Nadal era bem superior no quesito.
Dois momentos decisivos para a partida ser o que foi: o 0 (zero) 40 (triplo break point) que Nadal superou, levando o quarto set para o tie-break e vencendo a parcial; o saque perdido por Nadal quando poderia conseguir um 5 (cinco) 2 (dois) e, assim, uma vitória certa no quinto set. Fato é que, nas circunstâncias, qualquer um poderia ter vencido.
As defesas de bolas foram algo nunca visto no tênis. Em nível técnico e elegância, claro, nenhum dos dois supera Roger Federer - ainda o melhor -, mas a capacidade de luta, a disciplina tática e a estrutura mental de Nadal e Djokovic é que os situa no topo.
Destaco também, no Australian Open, a extraordinária evolução de Andy Murray, o que me faz acreditar em mais concreta possibilidade de seu ansiado Grand Slam. Murray evoluiu bastante na parte mental; nunca o vi, além disso, lutando tanto por cada ponto e até o fim do jogo. Só por um pequeno descuido é que perdeu de Djokovic na semi-final.
O sérvio, para fecharmos, mostra o tênis mais eficiente do circuito, com uma capacidade física à altura dessa condição. Justifica, assim, a sua posição de número 1 (apenas não precisa alardear esses duvidosos problemas físicos que não enganam a mais ninguém).
Agora vamos aos Masters 1000: Miami, Indian Wells, Monte Carlo, Madrid, Roma... com exceção do de Monte Carlo, todos foram vencidos por Novak no ano passado, o que significa muitos pontos a defender até Roland Garros. A batalha continua!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Torci muito pelo Nadal mas, Djokovic ditou quase todos os pontos, mostrou-se realmente implacável. Federer, apesar da evidente superioridade técnica, a meu ver, já entrou na curva de declínio. Aproposito, ainda está pendente nossa partida, hehehe. Grande abraço.

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