terça-feira, 20 de março de 2012

Sevilha!

No entremeio de um ritmo frenético, paro para contemplar Sevilha, esse desconcertante e feminino corpo andaluz cheio de vozes. 


Enviados pela amiga Tércia Montenegro em carinhosa homenagem à minha estancia, ofereço os versos de João Cabral, sobre "a casa que vai comigo, e que invoco quando é preciso": 


SEVILHA DE BOLSO

Carregamos Sevilha, os dois,
quem foi e quem lá nunca foi.

Sevilha é como uma atmosfera
que nos envolve, onde que seja,

que levamos onde que formos
e que cria para mim um entorno

que é Sevilha, e se sou que a levo
sei que és tu o próprio amuleto,

que onde quer que estejamos sozinhos
nos traz Sevilha, seu dentro íntimo,

de uma casa que vai comigo
e que invoco quando é preciso.

Então, muda todo o ambiente,
eis-nos em Sevilha, de repente,

em nosso a dois e até ouço fora

sua formigagem rumorosa.