No entremeio de um ritmo frenético, paro para contemplar Sevilha, esse desconcertante e feminino corpo andaluz cheio de vozes.
Enviados pela amiga Tércia Montenegro em carinhosa homenagem à minha estancia, ofereço os versos de João Cabral, sobre "a casa que vai comigo, e que invoco quando é preciso":
SEVILHA DE BOLSO
Carregamos Sevilha, os dois,
quem foi e quem lá nunca foi.
Sevilha é como uma atmosfera
que nos envolve, onde que seja,
que levamos onde que formos
e que cria para mim um entorno
que é Sevilha, e se sou que a levo
sei que és tu o próprio amuleto,
que onde quer que estejamos sozinhos
nos traz Sevilha, seu dentro íntimo,
de uma casa que vai comigo
e que invoco quando é preciso.
Então, muda todo o ambiente,
eis-nos em Sevilha, de repente,
em nosso a dois e até ouço fora
sua formigagem rumorosa.